Como e quando o corpo fala: um correlato das respostas psicobiológicas frente ao estresse no voo-livre

Contenido principal del artículo

Giuliano Gomes de Assis Pimentel
Felipe de Oliveira Matos

Resumen

O estresse é um elemento potencializado e ressignificado em esportes de aventura conforme cada sujeito reage aos riscos, desafios e incertezas do ambiente. Considerando essa temática, acompanhamos os momentos mais estressantes no voo-livre, entremeando a reação fisiológica com a fala dos sujeitos pesquisados, no limite da possibilidade de diálogo/confronto sob uma perspectiva biopsicossocial. O recorte privilegiou o esporte de risco como opção de lazer, praticado por pessoas comuns, que obtém na aventura contraponto í s tensões e estresse do cotidiano. Para tanto, realizamos observações diretas durante um ano e entrevistamos quatro pilotos. Em complemento, registramos a frequência cardí­aca (FC) desses sujeitos durante as diferentes etapas do voo-livre. Conforme os resultados, a FC apresentou patamares agudos e residuais elevados, que são coerentes com a história narrada por cada sujeito. Os pilotos demostraram que a percepção de risco frente í  prática esportiva provoca uma tensão necessária para a produção subsequente de sensações transcendentes e prazerosas. Nesse sentido, ponderamos sobre a equação entre a segurança fí­sica e emocional na atividade e a percepção subjetiva do risco, ambas vistas como indissociáveis í  aventura experimentada.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Detalles del artículo

Cómo citar
Pimentel, G. G. de A., & Matos, F. de O. (2020). Como e quando o corpo fala: um correlato das respostas psicobiológicas frente ao estresse no voo-livre. Educación Física Y Ciencia, 22(2), e127. https://doi.org/10.24215/23142561e127
Sección
Artículos
Biografía del autor/a

Giuliano Gomes de Assis Pimentel, Departamento de educação física, Universidade Estadual de Maringá

Professor Associado da Universidade Estadual de Maringá na Graduação e no Programa Associado UEM/UEL de Pós-Graduação em Educação Física. Coordena o GEL - Grupo de Estudos do Lazer (2000). Bacharel e Licenciado em Educação Física pela Universidade Federal de Viçosa (1996), Mestre (1999) e Doutor (2006) em Educação Física pela Universidade Estadual de Campinas. Possui Post PhD pelas Universidades de Coimbra e  Federal do Rio Grande do Sul, estágio sênior (2015) na Universidade de Munster, Alemanha. Tem experiência na área de Educação Física, atuando nos seguintes temas: lazer, aventura,  cultura, recreação, e ensino da educação física.

Felipe de Oliveira Matos, State University of Maringá

Doutor em Psicobiologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN (2017). É Mestre em Ciências do Esporte (2010) e Especialista em Treinamento Esportivo (2008) pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG. Graduado em Educação Física pela Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF (2007). Atualmente é Professor Adjunto na Universidade Estadual de Maringá. Suas áreas de interesse são: Funções Executivas; Percepção; Eletrofisiologia; Respostas Psicofisiológicas ao Exercício Físico e ao Estresse; envelhecimento e demências.

Citas

Abdalad, L. S. (2005). Mulheres e ví´o livre: o universo feminino nos esportes de aventura e risco. Rio de Janeiro; Niterói: Nitpress.

Azevedo, S. L. G. de, Cocchiarale, N. F. de B. R., & Costa, V. L. de M. (2010). A influência do risco-aventura no processo de coesão das diferentes comunidades do voo livre. Movimento (ESEFID/UFRGS), 16(3), 257–276. https://doi.org/10.22456/1982-8918.9657

Breen, M. S., Beliakova-Bethell, N., Mujica-Parodi, L. R., Carlson, J. M., Ensign, W. Y., Woelk, C. H., & Rana, B. K. (2016). Acute psychological stress induces short-term variable immune response. Brain, Behavior, and Immunity, 53, 172–182. https://doi.org/10.1016/j.bbi.2015.10.008

Camarda, S. R. de A., Tebexreni, A. S., Páfaro, C. N., Sasai, F. B., Tambeiro, V. L., Juliano, Y., & Barros Neto, T. L. de. (2008). Comparação da freqüência cardí­aca máxima medida com as fórmulas de predição propostas por Karvonen e Tanaka. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, 91(5), 311–314. https://doi.org/10.1590/S0066-782X2008001700005

Cantorani, J. R. H., & Amaral, S. C. F. (2009). Interfaces entre cultura do lazer e o acesso ao sedentarismo. Lecturas, Educación Fí­sica y Deportes, Revista Digital, 14(133). Recuperado de https://www.efdeportes.com/efd133/cultura-do-lazer-e-o-acesso-ao-sedentarismo.htm

Cavalcanti, B. S. (2004). Ví´o livre: curso avançado de cross country e competições. Curitiba.

Corrêa, L. V. O. M; Fugi, N. C; Herold Júnior, C. Pimentel, G. G. A. (2020) A dicotomia biologia versus cultura no campo da Educação Fí­sica e uma prospectiva ontológica integrada. The Journal of The Latin American Socio-Cultural Studies .f Sport (Alesde), 12 (1), p. 124-140.https://revistas.ufpr.br/alesde/article/view/73274/40885

Elias, N. (1989). The Symbol Theory: An Introduction, Part One. Theory, Culture & Society, 6(2), 169–217. https://doi.org/10.1177/026327689006002002

Garfinkel, S. N., & Critchley, H. D. (2016). Threat and the Body: How the Heart Supports Fear Processing. Trends in Cognitive Sciences, 20(1), 34–46. https://doi.org/10.1016/j.tics.2015.10.005

Gauler, R., Moulin, P., Koch, H. G., Wick, L., Sauter, B., Michel, D., & Knecht, H. (2006). Paragliding accidents with spinal cord injury: 10 years’ experience at a single institution. Spine, 31(10), 1125–1130. https://doi.org/10.1097/01.brs.0000216502.39386.70

Gomes, R. M. (2009). Polí­tica da vida e a transparência do corpo. In O corpo e a polí­tica da vida (p. 13–41). Coimbra, Portugal: Centro de Estudos Biocinéticos.

Gomes, R. M., Pereira, A., Fraga, A. B., & Ó, J. R. do. (2009). O corpo e a polí­tica da vida. Coimbra, Portugal: Centro de Estudos Biocinéticos.

Graeff, F. G. (2003). Bases biológicas do transtorno de estresse pós-traumático. Brazilian Journal of Psychiatry, 25, 21–24. https://doi.org/10.1590/S1516-44462003000500006

Karvonen, M. J., Kentala, E., & Mustala, O. (1957). The effects of training on heart rate; a longitudinal study. Annales Medicinae Experimentalis Et Biologiae Fenniae, 35(3), 307–315.

Lipp, M. E. N., Frare, A., & Santos, F. U. dos. (2007). Efeitos de variáveis psicológicas na reatividade cardiovascular em momentos de stress emocional. Estudos de Psicologia (Campinas), 24(2), 161–167. https://doi.org/10.1590/S0103-166X2007000200003

Lopes, R. S. (2002). Parapente Brasil: Histórias e aventuras do ví´o livre. Paraná; Curitiba: Copyright.

Nunomura, M., Teixeira, L. A. C., & Fernandes, M. R. C. (2009). Ní­vel de estresse em adultos após 12 meses de prática regular de atividade fí­sica. Revista Mackenzie de Educação Fí­sica e Esporte, 3(3). Recuperado de http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/remef/article/view/1325

Pagen, D. (2003). The secrets of champions. Canadá: Sport Aviation Publications.

Paixão, J. A., Tucher, G., Costa, V. L. M., & Gabriel, R. E. C. (2010). Prática de parapente e comportamentos de risco: uma análise a partir do conceito de redoma sensorial. Psicologia em Estudo, 15(3), 8.

Pimentel, G. G. de A. (2010). Percepção dos riscos, condicionamento corporal e interações sociais no voo livre. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, 31(2). Recuperado de http://www.revista.cbce.org.br/index.php/RBCE/article/view/703

Ramos, J. R. S. (2003). Esporte de aventura: um olhar praxiológico a partir dos praticantes de ví´o livre da cidade de Niterói. In J. R. S. Ramos (Org.), Praxiologia motriz no Brasil: o discurso da ação motriz no Brasil: apontamentos para análise praxiológica em diferentes jogos, práticas corporais e brincadeiras (p. 71–82). Niterói: Erthal.

Samulski, D. M., Chagas, M. H., & Nitsch, J. (1996). Stress: teorias básicas. Belo Horizonte: Editora Gráfica Costa & Cupertino Ltda.

Schulze, W. (2002). Injury prophylaxis in paragliding. British Journal of Sports Medicine, 36(5), 365–369. https://doi.org/10.1136/bjsm.36.5.365

Semenoff, S. (1998). Curso de Paragliding: básico e intermediário. s.l.: Mimeo.

Sher, L. (2001). Role of endogenous opioids in the effects of light on mood and behavior. Medical Hypotheses, 57(5), 609–611. https://doi.org/10.1054/mehy.2001.1423

Slovic, P. (2010). The Psychology of risk. Saúde e Sociedade, 19(4), 731–747. https://doi.org/10.1590/S0104-12902010000400002

Thomas, J.R, Nelson, J.K., & Silverman, S.J. (2007). Métodos de pesquisa em atividade fí­sica (5 ª ed). Porto Alegre: Artmed.

Vaz, P., Pombo, M., Fantinato, M., & Pecly, G. (2007). O fator de risco na mí­dia. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, 11(21), 145–153.

Weineck, J. (2005). Biologia do Esporte (7. ed). Barueri: Manole.

Wilmore, J. H., Costill, D. L., & Kennedy, L. W. (2013). Fisiologia do Esporte e do Exercí­cio (5. ed). Barueri: Manole.

Yuill, G. M. (1977). Icarus’s syndrome: new hazards in flight. British Medical Journal, 1(6064), 823–825. https://doi.org/10.1136/bmj.1.6064.823

Artículos más leídos del mismo autor/a