EFYC Educación Física y Ciencia, vol. 26, nº 3, e311, julio-septiembre 2024. ISSN 2314-2561
Universidad Nacional de La Plata
Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educación
Departamento de Educación Física

Artículos

Correlação entre equilíbrio de membros inferiores e flexibilidade em jovens atletas de futebol feminino

Yuri Rolim Lopes Silva
Laboratório de Exercício e Esporte (LABEES), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, Brasil
Instituto de Educação Física e Desporto (IEFD), Programa de Pós-Graduação em Ciências do Exercício e do Esporte (PPGCEE), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, Brasil
Cecilia Ramos de Oliveira
Grupo de Pesquisa em Biodinâmica do Desempenho, Exercício e Saúde (BIODESA), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, Brasil
Giullio César Pereira Salustiano Mallen da Silva
Laboratório de Exercício e Esporte (LABEES), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, Brasil
Instituto de Educação Física e Desporto (IEFD), Programa de Pós-Graduação em Ciências do Exercício e do Esporte (PPGCEE), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, Brasil
Larissa Ruiz Garcia Rosa Bastos
Instituto de Educação Física e Desporto (IEFD), Programa de Pós-Graduação em Ciências do Exercício e do Esporte (PPGCEE), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, Brasil
Grupo de Pesquisa em Biodinâmica do Desempenho, Exercício e Saúde (BIODESA), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, Brasil
Dayane Marins Costa
Instituto de Educação Física e Desporto (IEFD), Programa de Pós-Graduação em Ciências do Exercício e do Esporte (PPGCEE), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, Brasil
Grupo de Pesquisa em Biodinâmica do Desempenho, Exercício e Saúde (BIODESA), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, Brasil
Rodrigo Gomes de Souza Vale
Laboratório de Exercício e Esporte (LABEES), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, Brasil
Instituto de Educação Física e Desporto (IEFD), Programa de Pós-Graduação em Ciências do Exercício e do Esporte (PPGCEE), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, Brasil
Vicente Pinheiro Lima
Instituto de Educação Física e Desporto (IEFD), Programa de Pós-Graduação em Ciências do Exercício e do Esporte (PPGCEE), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, Brasil
Grupo de Pesquisa em Biodinâmica do Desempenho, Exercício e Saúde (BIODESA), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, Brasil
Rodolfo de Alkmim Moreira Nunes
Laboratório de Exercício e Esporte (LABEES), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, Brasil
Instituto de Educação Física e Desporto (IEFD), Programa de Pós-Graduação em Ciências do Exercício e do Esporte (PPGCEE), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, Brasil
Cita sugerida: Silva, Y. R. L., Oliveira, C. R., Silva, G. C. P. S. M., Bastos, L. R. G. R., Costa, D. M., Vale, R. G. S, Lima, V. P y Nunes, R. A. M . (2024). Correlação entre equilíbrio de membros inferiores e flexibilidade em jovens atletas de futebol feminino. Educación Física y Ciencia, 26(3), e311. https://doi.org/10.24215/23142561e311

Resumo: Objetivo foi verificar se existe correlação entre equilíbrio e flexibilidade em jovens jogadoras de futebol feminino. A amostra foi composta por 20 atletas de futebol feminino, divididas em 2 grupos, o grupo de movimento (GMOV) com 13 atletas e o grupo de flexibilidade (GFLEX) 7, todos das categorias Sub 15 e 17, respectivamente. A coleta foi realizada em 2 dias. No primeiro, avaliação de estatura e massa corporal, testes de flexibilidade com flexímetro, star excursion balance test. No segundo, step-down, step-up e agachamento unilateral. Para o GFLEX, os resultados não apresentaram correlações entre o star excursion balance test e a flexibilidade. Para o GMOV, correlação negativa moderada entre o ângulo de desalinhamento do quadril e o ângulo de desalinhamento do joelho no teste step-up (r=-571; p<0,05); correlação positiva moderada entre o ângulo de desalinhamento do joelho esquerdo no teste de agachamento unilateral e step-down (r=0,594; p<0,05). Não houve correlação entre equilíbrio e flexibilidade de membros inferiores em jovens jogadoras de futebol para o GFLEX enquanto para o GMOV há relação entre os testes de agachamento unilateral e step-down quanto ao desalinhamento dos joelhos, e de desalinhamento de quadril e joelho step-up.

Palavras-chave: Futebol, Equilíbrio, Flexibilidade, Análise de movimento.

Correlation between lower extremity balance and flexibility in young female soccer players

Abstract: This study seeks to verify whether there is a correlation between balance and flexibility in young female soccer players. The sample comprised 20 female soccer athletes, divided into 2 groups: the Movement Group (GMOV) with 13 athletes, and the Flexibility Group (GFLEX) with 7 athletes, all of them from the U15 and 17 categories, respectively. Data were collected over 2 days: in the first, height and body mass were measured, and flexibility tests using a fleximeter and the Star Excursion Balance Test were conducted; on the second day, step-down, step-up and unilateral squats were performed. In the GFLEX group, the results showed no correlations between the Star Excursion Balance Test and flexibility. The GMOV group exhibited a moderate negative correlation between hip misalignment angle and knee misalignment angle in the step-up test (r=-571; p<0.05), and a moderate positive correlation between left knee misalignment angle in the unilateral squat and step-down test (r=0.594; p<0.05). There was no correlation between balance and lower extremity flexibility in young female soccer players for the GFLEX group, while the GMOV group showed a relationship between the unilateral squat and step-down tests in terms of knee misalignment, as well as hip and knee misalignment in the step-up test.

Keywords: Football, Balance, Flexibility, Motion Analysis.

Correlación entre el equilibrio de las extremidades inferiores y la flexibilidad en atletas jóvenes de fútbol femenino

Resumen: El objetivo fue verificar si existe correlación entre equilibrio y flexibilidad en futbolistas jóvenes. La muestra estuvo compuesta por 20 deportistas de fútbol femenino, divididas en 2 grupos, el grupo de movimiento (GMOV) con 13 deportistas y el grupo de flexibilidad (GFLEX) con 7, todos de las categorías Sub 15 y 17, respectivamente. La recolección de datos se realizó durante 2 días. En el primero, se evaluó talla y masa corporal, pruebas de flexibilidad con flexímetro, prueba de equilibrio de excursión en estrella. En el segundo, baja, sube y sentadillas unilaterales. Para GFLEX, los resultados no mostraron correlaciones entre la prueba de equilibrio de excursión en estrella y la flexibilidad. Para GMOV, correlación negativa moderada entre el ángulo de desalineación de la cadera y el ángulo de desalineación de la rodilla en la prueba de aumento (r=-571; p<0,05); Correlación positiva moderada entre el ángulo de desalineación de la rodilla izquierda en la prueba unilateral de sentadilla y step-down (r=0,594; p<0,05). No hubo correlación entre el equilibrio y la flexibilidad de las extremidades inferiores en jugadoras jóvenes de fútbol para el GFLEX, mientras que para el GMOV sí existe una relación entre las pruebas de sentadilla unilateral y step-down en términos de desalineación de rodilla, y desalineación de cadera y rodilla con step-up.

Palabras clave: Fútbol, Equilibrio, Flexibilidad, Análisis de Movimiento.

Introdução

O futebol pode ser considerado um esporte complexo que envolve corrida, salto e mudanças de direção, e pode apresentar um alto risco de lesões (Hägglund et al., 2013). As lesões no futebol podem ocorrer devido a vários fatores, como movimentos incorretos, mudanças posturais, baixos padrões de flexibilidade, traumas diretos e falta de propriocepção nos membros inferiores, especialmente no joelho e tornozelo (Almeida et al., 2013). Vários aspectos contribuem para a disfunção biomecânica que leva a lesões (Liporaci et al., 2022). Um desses é a flexibilidade, onde variações estão ligadas ao início de lesões, resultando em uma diminuição da amplitude de movimento (ADM) das articulações e levando a desequilíbrios posturais (Pina & Pina 2013). A flexibilidade desempenha um papel na função neuromuscular, responsável por manter a ADM articular, o que pode determinar limitações posturais. Além disso, boa elasticidade ajuda na progressão das técnicas esportivas (Veiga et al., 2011).

Outro fator que pode determinar a ocorrência de lesões no futebol é o equilíbrio, caracterizado como controle postural que requer uma base de apoio estável em atividades estáticas ou dinâmicas (Gribble et al., 2007). Essa habilidade pode ser avaliada por meio de diferentes protocolos de teste ou equipamentos. O Star Excursion Balance Test (SEBT) é uma ferramenta validada para avaliar o controle postural dinâmico, envolvendo um exercício unilateral semelhante a um agachamento que exige força na perna de apoio, propriocepção e controle neuromuscular (Winter 1995). Um maior alcance no SEBT pode estar diretamente relacionado à ADM articular associada ao controle postural (Hoch et al., 2011).

Algumas das lesões mais graves no esporte estão relacionadas aos joelhos devido a certas alterações cinemáticas nas articulações, levando a lesões durante a prática esportiva. A inexperiência dos atletas em manter o alinhamento adequado dos membros inferiores nos planos frontal e transversal os predisponha a lesões no joelho, como o valgo dinâmico do joelho (Moraes et al., 2018). O valgo dinâmico do joelho ocorre durante a adução e rotação medial do quadril, relacionado a desvios nos membros inferiores causados pela fraqueza nos músculos rotadores e adutores do quadril. Instabilidade articular do quadril e controle neuromuscular deficiente influenciam indiretamente os joelhos, aumentando o risco de lesões no joelho, especialmente em mulheres (Sebesi et al., 2021; Vanmeerhaeghe & Rodriguez 2013).

Considerando o exposto, há evidências de lesões causadas pela falta de equilíbrio e flexibilidade, especialmente em casos de atletas do sexo feminino. Mais investigações são necessárias para servir como base para intervenções, contribuindo assim para o processo de prevenção de lesões. Este estudo tem como objetivo investigar a correlação entre equilíbrio, flexibilidade e testes de avaliação do movimento dos membros inferiores em jovens atletas de futebol feminino.

Métodos

Procedimentos

Foi conduzida uma pesquisa descritiva correlacional original com uma amostra composta por 20 atletas de futebol feminino selecionadas intencionalmente e divididas em dois grupos. O Grupo de Flexibilidade (GFLEX) consistia em 7 atletas da categoria sub-15, com uma idade média de 14±0,82 anos, massa corporal de 61,9±9,8 kg e altura de 162,1±5,4 cm. O Grupo de Movimento (GMOV) consistia em 13 atletas da categoria sub-17, com uma idade média de 15,2±1,2 anos, massa corporal de 56,1±9,0 kg e altura de 161,6±5,2 cm. Originalmente, os grupos tinham o mesmo número de atletas participantes, mas no grupo GFLEX, houve uma perda amostral de 5 atletas devido à contração da COVID-19 durante o período de coleta de dados, que ocorreu no ano de 2021. Todas as atletas participantes dos campeonatos estaduais sub-15 e sub-17 foram incluídas, enquanto aquelas com dor ou lesões que pudessem afetar a coleta de dados foram excluídos do estudo.

O presente estudo foi conduzido seguindo as diretrizes da Resolução 466/2012 emitida pelo Conselho Nacional de Saúde sobre pesquisa envolvendo seres humanos. Aprovação ética foi obtida pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (CEP/UERJ) sob o número de protocolo (CAAE: 10529119.8.0000.5259). Formulários de consentimento informado foram assinados pelos responsáveis legais, e formulários de assentimento foram assinados pelos participantes para garantir anonimato.

Após a obtenção do consentimento, os testes foram realizados em 2 sessões com um mínimo de 48 horas entre elas. Os procedimentos foram os seguintes: na primeira sessão, foram realizadas explicações dos testes e medições de estatura e massa corporal. Na segunda sessão, os testes Step-Down (SD), Step-Up (SU) e Unilateral Squat (US) foram conduzidos para o grupo GMOV, enquanto o teste SEBT e o teste de flexibilidade com um goniômetro foram realizados para o grupo GFLEX. Cada familiarização com o teste foi usada como aquecimento para sua execução.

Star Excursion Balance Test (SEBT)

Para avaliar o equilíbrio dinâmico dos jogadores, foi utilizado o SEBT, medindo a distância máxima que elas poderiam alcançar em uma série de movimentos em 8 direções (Kanko et al., 2019). O teste envolveu ficar descalço no centro de 8 fitas métricas estendidas no chão em um padrão de "estrela", com 45° entre as linhas e um centro comum. A atleta ficava no centro onde todas as linhas se cruzavam, equilibrando-se em um pé enquanto estendia o outro membro inferior para tocar o ponto mais distante nas fitas métricas, e depois retornava à posição inicial para o próximo movimento. O teste foi conduzido tanto para o membro inferior direito quanto para o esquerdo, seguindo a sequência anterior para anteromedial do membro sendo avaliado. As fitas no chão foram rotuladas da seguinte forma: 1. Anterior (A), 2. Anterolateral (AL), 3. Lateral (L), 4. Posterolateral (PL), 5. Posterior (P), 6. Posteromedial (PM), 7. Medial (M), 8. Anteromedial (AM), com três repetições para cada lado (Hertel et al., 2006).

Avaliação de flexibilidade com goniômetro

A avaliação da flexibilidade dos membros inferiores foi realizada utilizando um goniômetro pendular da marca Sanny. As posições avaliadas incluíram flexão do quadril com o joelho estendido em decúbito dorsal, flexão do joelho em decúbito ventral, dorsiflexão e flexão plantar em decúbito dorsal, todas em uma maca de tratamento. A participante relatou o ponto de desconforto em todas as posições, indicando se a amplitude de movimento poderia ser aumentada até o seu limite. Em todas as análises, o membro inferior não avaliado permaneceu fixo na mesa, e o teste foi concluído quando a atleta alcançou sua amplitude máxima de movimento. Todos os testes foram realizados três vezes para cada lado.

Na avaliação da flexão do quadril, o goniômetro foi ancorado no terço médio da coxa lateral do membro inferior avaliado, servindo como ponto zero para a medição do ângulo articular. Os avaliadores se posicionaram no lado lateral do membro inferior avaliado, com uma mão segurando a perna e a outra na coxa anterior para evitar a flexão do joelho (Dantas et al., 2005; Ferreira et al., 2018).

Para a avaliação da flexão do joelho, o goniômetro foi ancorado no terço médio da perna lateral. Para estabilizar a pelve e o membro inferior contralateral, cintos foram fixados ao redor da coxa e da pelve, passando pelo corpo e ao redor da mesa. O avaliador segurou a parte anterior da perna inferior e realizou o movimento de flexão do joelho (Dantas et al., 2005; Ferreira et al., 2018).

A dorsiflexão e a flexão plantar foram medidas com os quadris e joelhos estendidos do atleta, e os pés pendurados na borda da mesa. O goniômetro foi colocado no lado lateral do pé, e o avaliador posicionou o tornozelo do atleta em 90°, que serviu como ponto zero. Semelhante às posições anteriores, as posições da perna e da coxa foram mantidas usando cintos para fixar os segmentos na mesa (Dantas et al., 2005; Ferreira et al., 2018).

Avaliação do Movimento

O teste SD foi realizado usando um degrau de 20 cm de altura. As atletas ficaram de pé no degrau com um membro inferior suspenso perto da borda anterior do degrau, enquanto o outro permanecia no centro. As atletas agacharam até que o calcanhar do membro inferior suspenso tocasse o chão, retornando imediatamente à posição inicial. Foram realizadas três repetições em cada membro alternadamente (Paz et al., 2019).

O teste SU foi realizado no mesmo degrau. As atletas foram posicionadas atrás do degrau e receberam instruções verbais para subir nele com um membro inferior, tocando o calcanhar no degrau, estendendo completamente e depois descendo. O mesmo movimento foi repetido com o membro inferior oposto, e as atletas retornaram à posição inicial ao término. Foram realizadas três repetições em cada membro inferior alternadamente (Ross 1997).

O teste US foi realizado no chão. As atletas começaram em uma postura unipodal, flexionando o joelho do membro inferior de apoio a um ângulo de 90°. Foram realizadas três repetições em cada membro inferior. Marcadores de 19 mm da marca Noraxon foram fixados em pontos anatômicos específicos: a espinha ilíaca ântero-superior, o centro da patela e a face anterior do terço distal da perna entre os côndilos lateral e medial. Para padronizar o teste, as atletas ficaram descalços com os membros superiores cruzados, receberam instruções verbais e visuais para o teste e realizaram três tentativas de prática para garantir o entendimento (DiMattia et al., 2005).

Análise Cinematográfica

Para avaliar os ângulos produzidos pelos desvios laterais dos quadris e joelhos, os testes foram gravados usando a câmera do celular Xiaomi Redmi Note 9 Pro fixada em um tripé posicionado a 3 metros de distância. Os ângulos formados pelo alinhamento dos marcadores retroreflexivos foram medidos (Paz et al., 2019). As imagens capturadas foram analisadas usando o software Kinovea, versão 0.8.27, uma ferramenta que fornece dados válidos e foi usada em um estudo anterior para realizar análises angulares Silva et al. (2017).

Análise Estatística

Os dados são apresentados como médias, desvios padrão, valores mínimos e máximos. O teste de normalidade de Shapiro-Wilk foi aplicado para avaliar o padrão de distribuição dos resultados. Testes de correlação de Pearson foram conduzidos com um nível de significância de p < 0,05. Os seguintes níveis de correlação foram considerados: (0,00 a 0,30) Correlação insignificante, (0,30 a 0,50) Correlação baixa, (0,50 a 0,70) Correlação moderada, (0,70 a 0,90) Alta correlação. (0,90 a 1,00) Correlação muito alta (Mukaka 2012).

Resultados

Os resultados do teste SEBT são apresentados na Tabela 1 para ambos os membros inferiores direito e esquerdo como média, desvio padrão, mínimo e máximo. Na Tabela 2, os resultados do teste de flexibilidade. Nas Tabelas 3 e 4 mostram correlações entre flexibilidade e SEBT nos membros inferiores direito e esquerdo.

Tabela 1
Resultados SEBT para membros inferiores direito e esquerdo.
Resultados SEBT para membros inferiores direito e esquerdo.
Fonte: elaboração própriaLegenda: Desvio Padrão (DP); Mínimo (Min); Máximo (Max); Direito (D); Esquerdo (E)

Tabela 2
Resultados do teste de flexibilidade.
Resultados do teste de flexibilidade.
Fonte: elaboração própriaLegenda: Desvio Padrão (DP)

Tabela 3
Correlação entre Flexibilidade e SEBT para Membro Inferior Direito.
Correlação entre Flexibilidade e SEBT para Membro Inferior Direito.
Fonte: elaboração própriaLegenda: Flexão de Quadril (FQ); Flexão de Joelho (FJ); Flexão Plantar (FP); Dorsiflexão (DF); Anterior (A); Anterolateral (AL); Laterais (L); Posterolateral (PL); Posterior (P); Posteromedial (PM); Medial (M); Anteromedial (AM); Teste de Equilíbrio de Planejamento Estelar (SEBT); valor de p(p); valor da correlação de Pearson (r); (*) Correlação com p > 0,05.

Foram demonstradas correlações positivas entre o desempenho de alcance PL com AL e L (r=0,820; p<0,05), (r=0,862; p<0,05), respectivamente. Também houve demonstrações entre o desempenho de alcance PM com L, PL e P (r=0,832; p<0,05), r=0,920; p<0,05), r=0,857; p<0,05). A demonstração mostrou uma clareza entre o desempenho de alcance L com A e AL (r=0,851; p<0,05), r=0,841; p<0,05), respectivamente. Houve um brilho entre o desempenho de alcance P e PL (r=0,852; p<0,05) e um forte brilho entre o alcance AL e A (r=0,870; p<0,05). Nenhuma especificação foi revelada entre o desempenho no teste SEBT e a flexibilidade.

Tabela 4
Correlação entre Flexibilidade e SEBT para Membro Inferior Esquerdo
Correlação entre Flexibilidade e SEBT para Membro Inferior Esquerdo
Fonte: elaboração própriaLegenda: Flexão de Quadril (FQ); Flexão de Joelho (FJ); Flexão Plantar (FP); Dorsiflexão (DF); Anterior (A); Anterolateral (AL); Laterais (L); Posterolateral (PL); Posterior (P); Posteromedial (PM); Medial (M); Anteromedial (AM); Teste de Equilíbrio de Excursão Estelar (SEBT); valor de p (p); valor da correlação de Pearson (r); (*) Correlação com p > 0,05.

Houve correlação positiva entre alcance de PL e flexibilidade de dorsiflexão, bem como alcance de L (r=0,866; p<0,05); (r=0,875; p<0,01), respectivamente. Além disso, houve correlação entre o alcance do PM e PL e P (r=0,883; p<0,01) e (r=0,805; p<0,05), respectivamente. Houve correlação negativa entre alcance P e flexibilidade de flexão plantar (r=-0,838; p<0,05) e correlação positiva entre alcance posterior e LP (r=0,839; p<0,05).

Os resultados do GMOV são apresentados nas tabelas 5 a 7. A Tabela 5 apresenta os resultados dos testes SU, SD e US. A Tabela 6 mostra as correlações entre a variação angular das articulações do joelho e tornozelo no SU. Por fim, a tabela 7 apresenta as correlações entre a variação angular das articulações do joelho e tornozelo em SD e US.

Table 5
Mean and Standard Deviation of SU US and SD Tests
Mean and Standard Deviation of SU US and SD Tests
Fonte: elaboração própriaLegenda: Step-Up (SU); Unilateral Squat (US); Step-Down (SD); Desvio Padrão (DP)

Tabela 6
Correlação dos ângulos SU do quadril e joelho para os lados direito e esquerdo.
Correlação dos ângulos SU do quadril e joelho para os lados direito e esquerdo.
Fonte: elaboração própriaLegenda: Step-Up (SU); Valor P (p); Valor de correlação de Pearson (r); Correlação com p > 0,05 (*).

Houve correlação negativa moderada entre o ângulo de desalinhamento do quadril e o ângulo de desalinhamento do joelho no teste SU (r=-0,571; p<0,05).

Tabela 7
Correlação entre US, DP e desalinhamentos de ângulo de quadril e joelho
Correlação entre US, DP e desalinhamentos de ângulo de quadril e joelho
Fonte: elaboração própriaLegenda: Unilateral Squat (US); Step-Down (SD); Valor de correlação de Pearson (r); Valor P (p); Correlação com p > 0,05 (*).

Foi observada correlação negativa moderada entre o ângulo de desalinhamento do quadril no teste US realizado com o membro inferior direito e o ângulo de desalinhamento do quadril no teste SD realizado com o membro inferior esquerdo (r=0,632; p<0,05). Houve também correlação positiva moderada entre o ângulo de desalinhamento do quadril e do joelho no teste de US realizado com o membro inferior direito. Além disso, foi encontrada correlação positiva moderada entre o ângulo de desalinhamento do joelho esquerdo no teste de US e o ângulo de desalinhamento no teste Step-Down realizado com o membro inferior esquerdo (r=0,594; p<0,05).

Discussão

O objetivo deste estudo foi correlacionar o teste de equilíbrio com a flexibilidade dos membros inferiores em atletas de futebol feminino, avaliados através do SEBT e do Goniômetro. Os resultados indicam que no membro inferior esquerdo, foram observadas duas correlações entre os testes. Uma correlação positiva foi encontrada entre a flexibilidade da dorsiflexão e o alcance posterior-lateral, enquanto uma correlação negativa foi observada entre a flexibilidade da flexão plantar e o alcance posterior. Isso sugere que a flexibilidade da dorsiflexão favorece o desempenho do equilíbrio posterior-lateral nos participantes.

Ao contrário das descobertas comuns, o SEBT neste estudo não mostrou interferência significativa com base na dominância do membro. Isso está em consonância com um estudo que explorou a relação entre preferência de membro, força e desempenho do SEBT em atletas de futebol feminino. O estudo não encontrou diferenças na assimetria dos membros dominante e não dominante ao realizar o SEBT, o que contrasta com estudos sugerindo que a assimetria dos membros pode contribuir para o risco de lesões e instabilidade crônica do tornozelo (Thorpe e Ebersole, 2008).

Da mesma forma, em um estudo transversal envolvendo atletas universitários de alto desempenho que realizaram o Y Balance Test, foram encontradas diferenças significativas entre os membros na direção anterior, diferentemente do presente estudo, onde não foram encontradas diferenças significativas entre os membros (Smith et al., 2015).

Outro estudo examinou os efeitos de um programa de reabilitação de 4 semanas para instabilidade crônica do tornozelo no controle postural e função dos membros inferiores em 48 indivíduos, incluindo 28 mulheres e 20 homens. O estudo demonstrou que indivíduos com instabilidade do tornozelo tiveram desempenho inferior no SEBT, sugerindo que esses sujeitos apresentaram controle neuromuscular alterado. O controle postural estático e dinâmico diminuído são considerados fatores de risco para lesões nos membros inferiores, semelhante à intenção de detectar possíveis lesões nos membros inferiores no futebol (Hale et al., 2007).

Em um estudo envolvendo 47 jovens atletas de futsal do sexo masculino, foram realizados testes funcionais usando o aplicativo PHAST. Várias avaliações, incluindo amplitude de movimento da dorsiflexão do tornozelo e flexibilidade dos isquiotibiais, revelaram um desequilíbrio no glúteo médio, contribuindo para o valgo dinâmico. Essa disfunção nos músculos estabilizadores do quadril foi associada a um maior valgo dinâmico durante o pouso, consistente com as descobertas do estudo atual (Junior et al., 2006).

O valgo dinâmico é caracterizado pelo colapso da perna durante o pouso, resultando em adução do quadril e rotação com desvio relativo e abdução tibial (Pollard et al., 2010). Outro estudo que analisou os ângulos de projeção do joelho em dois testes de pouso diferentes, salto de queda e SD, entre jovens atletas de vôlei do sexo masculino e feminino, não encontrou diferenças de gênero ou discrepâncias de dominância de membros. No entanto, eles observaram ângulos de projeção significativamente mais altos no salto de queda em comparação com o SD, sugerindo que diferentes testes de pouso podem não apresentar assimetria de membros ou diferenças de gênero em atletas jovens (Paz et al., 2019). Da mesma forma, um estudo com jovens atletas de basquete do sexo masculino analisou os ângulos de projeção do joelho em saltos de queda e testes SU, encontrando diferenças entre membros dominante e não dominante apenas no teste SU (Paz et al., 2016). Esses resultados estão alinhados com as descobertas do presente estudo, que não demonstraram uma correlação positiva entre diferentes testes avaliando os ângulos de projeção do joelho.

Essa investigação possui algumas limitações, incluindo a ausência de um grupo de controle, a falta de cruzamento entre grupos e um tamanho de amostra pequeno. Portanto, sugere a necessidade de novos estudos com tamanhos de amostra maiores, avaliações envolvendo um grupo de controle e avaliações mais precisas que incluam atletas de diferentes faixas etárias.

Conclusão

Com base nas condições do estudo e nos participantes, pode-se concluir que não há correlação entre equilíbrio dos membros inferiores e flexibilidade em jovens atletas de futebol feminino. No entanto, na avaliação GMOV, foi observada uma relação positiva entre os testes US e SD em termos de desalinhamento do joelho. Além disso, dentro do teste US, houve uma correlação negativa entre desalinhamento do quadril e do joelho, enquanto no teste SU, foi observada uma correlação negativa entre desalinhamento do quadril e do joelho.

Conflito de Interesses

Esta pesquisa não recebeu financiamento externo. Todos os autores declaram não possuir conflito de interesses.

Roles de colaboración

  1. Yuri Rolim Lopes Silva,

    Redação, concepção do desenho do estudo, coleta de dados e analise dos dados

  2. Cecilia Ramos de Oliveira

    Redação, coleta de dados

  3. Giullio César Pereira Salustiano Mallen da Silva

    Redação e coleta de dados

  4. Larissa Ruiz Garcia Rosa Bastos

    Correção da primeira versão do manuscrito

  5. Dayane Marins Costa

    Correção da primeira versão do manuscrito

  6. Rodrigo Gomes de Souza Vale

    Correção da primeira versão do manuscrito

  7. Vicente Pinheiro Lima

    Concepção do desenho do estudo e correção da redação

  8. Rodolfo de Alkmim Moreira Nunes

    Correção da primeira versão do manuscrito, concepção do desenho do estudo

Referências

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Recepción: 01 Mayo 2024

Aprobación: 28 Junio 2024

Publicación: 01 Julio 2024

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