Educación Física y Ciencia, vol. 26, nº 1, e288, enero-marzo 2024. ISSN 2314-2561
Universidad Nacional de La Plata
Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educación
Departamento de Educación Física

Artículos

Experiências avaliativas na formação inicial de professores de Educação Física: a perspectiva dos estudantes do “Programa Residência Pedagógica”

Leandro Araujo de Sousa

Instituto Federal do Ceará, Brasil
Samia Maria Silva Ribeiro

Instituto Federal do Ceará, Brasil
Janiele Santos de Sousa

Instituto Federal do Ceará, Brasil
José Airton de Freitas Pontes Junior

Universidade Estadual do Ceará, Brasil
Cita sugerida: Sousa, L. A., Ribeiro, S. M. S., Sousa, J. S. y Pontes Junior, J. A. (2024). Experiências avaliativas na formação inicial de professores de Educação Física: a perspectiva dos estudantes do “Programa Residência Pedagógica”. Educación Física y Ciencia, 26(1), e288. https://doi.org/10.24215/23142561e288

Resumo: O objetivo desta pesquisa foi analisar as experiências avaliativas dos residentes de licenciatura em Educação Física no âmbito do Programa Residência Pedagógica. Com uma abordagem qualitativa de objetivo exploratório foram realizadas entrevistas semiestruturadas com estudantes de um curso de Licenciatura em Educação Física que participaram do programa em uma instituição federal de ensino. Utilizamos a análise temática com o auxílio do software Iramuteq. Duas categorias foram identificadas: a) Contribuições do PRP na formação em avaliação educacional e; Experiências formativas e práticas em avaliação educacional durante o PRP. Os estudantes do programa tiveram a percepção de que as experiências no programa ampliaram os seus conhecimentos teóricos e práticos sobre a avaliação educacional, assim como as formações sobre o tema, as trocas de conhecimento e experiências com os demais estudantes, a oportunidade de elaborar e desenvolver processos avaliativos, inclusive com o uso de ferramentas tecnológicas digitais permitiram uma sensação de segurança para realizar avaliação educacional.

Palavras-chave: Programa Residência Pedagógica, Avaliação da aprendizagem, Formação inicial de professores.

Assessment experiences in the Physical Education teacher education course: the perspective of students in the “Pedagogical Residency Program”

Abstract: This research aims to analyze the assessment experiences of undergraduate students in Physical Education Teacher Education (PETE) Courses within the “Pedagogical Residency Program” (PRP). Using a qualitative exploratory approach, semi-structured interviews were conducted with students from a PETE course who participated in the program at a federal institution. Thematic analysis was performed with the assistance of the Iramuteq software. Two categories were identified: a) Contributions of the PRP to educational assessment training, and b) Formative and practical experiences in educational assessment during the PRP. The students in the program perceived that their experiences in the program expanded their theoretical and practical knowledge of educational assessment. Additionally, the trainings on this topic, the exchange of knowledge and experiences with other students, and the opportunity to design and implement assessment processes, including the use of digital technological tools, provided a sense of confidence in conducting educational assessment.

Keywords: Pedagogical Residency Program, Assessment, Initial Teacher Education.

Experiencias evaluativas en la formación inicial de profesores de Educación Física: la perspectiva de los estudiantes del “Programa de Residencia Pedagógica”

Resumen: El objetivo de esta investigación fue analizar las experiencias evaluativas de los estudiantes de licenciatura en Educación Física en el “Programa de Residencia Pedagógica”. Con un enfoque cualitativo de objetivo exploratorio, se llevaron a cabo entrevistas semiestructuradas con estudiantes de un programa de Licenciatura en Educación Física que participaron en el programa en una institución educativa federal. Se utilizó el análisis temático con la ayuda del software Iramuteq. Se identificaron dos categorías: a) Contribuciones del PRP a la formación en evaluación educativa, y b) Experiencias formativas y prácticas en evaluación educativa durante el PRP. Los estudiantes del programa percibieron que sus experiencias en el programa ampliaron sus conocimientos teóricos y prácticos sobre la evaluación educativa. Además, las formaciones sobre el tema, el intercambio de conocimientos y experiencias con otros estudiantes, y la oportunidad de diseñar e implementar procesos de evaluación, incluso con el uso de herramientas tecnológicas digitales, les brindaron una sensación de confianza para llevar a cabo la evaluación educativa.

Palabras clave: Programa de Residencia Pedagógica, Evaluación del aprendizaje, Formación inicial de profesores.

Introdução

O Programa Residência Pedagógica (PRP) é um programa destinado a formação inicial de professores e possibilita experiências no âmbito educacional através de suas ações pedagógicas em parceria com as redes públicas de Educação Básica e é conduzido pelas Instituições de Ensino Superior (IES; Brasil, 2018). Na estrutura do programa, um professor de uma Instituição de Ensino Superior pública coordena estudantes de licenciatura em experiências docentes nas escolas públicas de Educação Básica sob a supervisão de um professor experiente, denominado de preceptor. Todos os envolvidos recebem um valor mensal com incentivo as atividades do programa. Um dos objetivos é induzir o aperfeiçoamento da formação nos cursos de licenciatura ao proporcionar aos licenciandos a imersão no ambiente escolar e assim desenvolver práticas docentes de forma planejada e sistemática, visando fomentar a formação que estimulem a articulação entre teoria e a prática (Silva & Cruz, 2018).

O programa parte do entendimento de que a formação inicial docente pode ser caracterizada como um processo que visa a preparação dos estudantes de licenciatura pautada numa concepção de práxis através de um conjunto de conhecimentos e experiências nas áreas científica, cultural, contextual, política, psicopedagógica e pessoal (Cardoso, Kimura, & Nascimento, 2021). Deste modo, o PRP tem o papel de promover a articulação entre os diversos conjuntos de conhecimentos adquiridos com as experiências vivenciadas no âmbito do programa a partir das ações pedagógicas desenvolvidas nas escolas campo do Ensino Básico (Silva & Cruz, 2018).

Desse modo, compreendemos que as experiências docentes em relação aos elementos didáticos vivenciados na formação inicial oportuniza o contato com as práticas pedagógicas realizadas no ambiente escolar em geral e mobiliza diferentes estratégias de ensino de acordo com a área de atuação que o estudantes estejam cursando (Paniago, Nunes & Belisário, 2020). Dentre os elementos necessários para processo formativo dos estudantes de licenciatura está a avaliação da aprendizagem. As experiências pedagógicas em avaliação da aprendizagem são importantes para o processo de formação dos estudantes.

No processo de avaliação da aprendizagem em educação física são necessárias considerações em torno de diversas dimensões, como por exemplo os aspectos pedagógicos, sociais e políticos, compreendendo suas implicações, significados e consequências das ações didáticas avaliativas desenvolvidas no âmbito educacional, por isso é necessário saberes e práticas em relação a avaliação para a futura atuação docente (Castellani Filho et al., 2012).

Os programas destinados a formação de professores são importantes para a constituição de saberes teóricos e práticos sobre a avaliação da aprendizagem, possibilitando experiências de práticas avaliativas com a utilização de instrumentos voltados para a Educação Básica, visando proporcionar a vivência de práticas pedagógicas durante a formação e inserindo os estudantes de licenciatura no cotidiano escolar (Santos et al., 2019).

A partir disso, este estudo pretende desvelar com ocorrem as práticas avaliativas desenvolvidas pelos residentes durante as experiências nesse programa de iniciação à docência no contexto formativo em sua área de atuação profissional. Há uma necessidade de discussões sobre avaliação na Educação Física escolar durante a formação acadêmica, que permita aos estudantes construir experiências e saberes de como avaliar a aprendizagem no futuro exercício da docência, apresentando dificuldades em relação aos processos avaliativos na sua atuação profissional (Mendes, Nascimento & Mendes, 2007). A avaliação educacional ainda é pouco discutida e os estudantes não vivenciam aspectos das práticas de avaliação nos cursos de licenciatura em educação física (Santos et al., 2019). Com isso, muitas vezes os estudantes vão conhecer a avaliação educacional no ambiente escolar quando se tornam professores efetivamente.

Diante desses parâmetros apresentados, entendemos que o PRP pode ser um aliado importante para os estudantes de licenciatura em Educação Física em relação às experiências avaliativas, pois a partir das ações durante as etapas em cada módulo do programa o estudante tem a possibilidade de desenvolver e aprimorar suas práticas avaliativas no ambiente escolar para sua futura atuação profissional docente.

As pesquisas acerca da avaliação educacional na formação de professores ainda não são extensas e tem suas publicações concentradas em periódicos europeus (Frossard, Carneiro & Santos, 2022). Dessa forma, não encontramos pesquisas relacionadas à percepção dos estudantes de licenciatura em Educação Física sobre suas experiências de avaliação da aprendizagem no âmbito do PRP ou em outros programas existentes de formação inicial docente que buscam essa formação mais aprofundada nos aspectos teóricos e práticos referentes às ações pedagógicas de avaliação da aprendizagem.

Desse modo, para este trabalho de pesquisa definimos a seguinte pergunta norteadora: Quais as experiência avaliativas dos residentes de licenciatura em educação física no âmbito do programa residência pedagógica? Em decorrência desta, lançamos mão das seguintes questões secundárias: Quais os instrumentos e práticas avaliativas utilizados pelos alunos residentes no PRP? Quais as experiências relacionadas a avaliação da aprendizagem vivenciadas pelos residentes no PRP? Quais as percepções dos residentes sobre suas experiências de avaliação da aprendizagem no âmbito do PRP? Dessa forma, o objetivo dessa pesquisa foi analisar as experiências avaliativas dos residentes de licenciatura em Educação Física no âmbito do programa residência pedagógica.

Metodologia

Esta é uma pesquisa de abordagem qualitativa de objetivo exploratório, em que foi utilizado de entrevistas para a compreensão do fenômeno estudado, qual seja, a percepção de estudantes em formação inicial de professor de educação física sobre suas experiências de avaliação da aprendizagem no âmbito do PRP.

Participaram da pesquisa 12 estudantes do curso de Licenciatura em Educação Física cursando o 7° entre o 8° semestre que participaram do programa residência pedagógica com bolsistas e voluntários, tendo como requisito de participação os estudantes que concluíram toda a carga horária exigida no programa. Nesta pesquisa, os participantes foram nomeados de “Residentes” seguidos de numeração em algarismos arábicos 1, 2, 3 e assim sucessivamente.

Foi utilizado uma entrevista semi estruturada, que consiste em um conjunto de perguntas abertas e fechadas sobre o tema pesquisado, incentivando a reflexão do entrevistado sobre cada questionamento referente a pesquisa de forma livre (Farias, Impolcetto, & Benites, 2020). O roteiro da entrevista possuiu 5 perguntas abertas relacionadas as experiências relacionadas a avaliação educacional especificamente no âmbito do programa.

Os participantes da pesquisa foram contactados de forma individual via e-mail institucional para a realização da entrevista. Todos os procedimentos de pesquisa foram esclarecidos para os participantes no momento do convite. A participação foi voluntária e ao aceitar participar os estudantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

A pesquisa foi realizada na própria instituição de ensino em lugar reservado e de forma individual. A entrevista ocorreu em tempo aproximado de uma hora, podendo ser um pouco menos ou mais a depender da especificidade da entrevista com cada participante. As entrevistas foram gravadas e posteriormente transcritas. A transcrição da entrevista foi encaminhada a cada participante para validação.

Para a realização da análise foi utilizada a análise temática, que consiste em um processo de leituras de todo o material coletado. Para essa análise foi realizado em algumas etapas: I) organização e leitura dos documentos; II) codificação dos materiais, tendo como objetivo identificar trechos, recortes de falas, palavras, ideias repetidas; III) categorização que consiste em organizar os dados de acordo com classificações pelos diversos tipos de informações coletadas a partir dos documentos analisados (Farias, Impolcetto & Benites, 2020).

De forma auxiliar foi utilizado o software Iramuteq (Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires), versão 0.7, que permite fazer análises estatísticas sobre corpus textuais (Camargo & Justo, 2013). Nesse programa, utilizamos a análise da Classificação Hierárquica Descendente (CHD). A CHD é um método que visa obter classes de segmentos de textuais (ST) que apresentam vocabulário semelhante entre si, e vocabulários diferentes, ou seja, uma classificação segundo a presença ou ausência de determinado vocabulário, assim, este tipo de corpus promove a interferência dos subtemas na elaboração das classes (Salviati, 2017). Nessa análise, os segmentos de texto são classificados de acordo com seu respectivo vocabulário, fornecendo os segmentos de texto associados a cada classe, obtendo estatisticamente o contexto das palavras, permitindo uma análise mais qualitativa dos dados (Camargo & Justo, 2013).

Este trabalho seguiu as normas éticas da resolução 510/2016 que dispõe sobre as normas aplicáveis para pesquisa com seres humanos na área de ciências humanas e sociais. Desse modo, essa pesquisa foi submetida e aprovada pelo comitê de ética de pesquisa do sistema CEP/CONEP sob o número CAAE 61286822.0.0000.5589.

Resultados e discussão

A análise foi realizada a partir de uma sistemática através da leitura e organização de todo o material transcrito das entrevistas. As análise foram complementadas com o software Iramuteq a partir do método de CHD. Na análise de CHD do corpus textual desta seção, foram gerados 196 de ST com aproveitamento de 151 ST, correspondente a 77,04% do corpus textual, emergindo 7024 ocorrências de palavras. O conteúdo analisado foi agrupado em 6 classes, cada uma delas contendo um determinado percentual de ST: classe 1 (14,6 %); a classe 2 (15,9 %), classe 3 (16,6 %); classe 4 (%); classe 5 (20,5 %) e classe 6 representando (17,2 %). Com relação às classes geradas para o corpus em análise, observa-se na Figura 1 duas ramificações, uma contendo apenas a classe 1 e outra ramificação contendo as demais classes sendo subdivididas.

Figura 1
Dendograma da Classificação Hierárquica Descendente (CHD)
Dendograma da Classificação Hierárquica Descendente (CHD)
Fonte: Da pesquisa.

As classes se encontram divididas em duas ramificações denominadas de (A e B) do corpus em análise, conforme a semelhança de seus conteúdos. A classe 1 permaneceu isolada das demais e as classes 5, 4 e 3 estão interligadas, pois guardam aproximações no conteúdo e as classes 6 e 2 também possuem ligações a partir das ramificações. Desta forma, após a leitura dos segmentos textuais referentes a cada classe foram definidas duas categorias gerais com suas respectivas temáticas. O Subcorpus A, com a categoria temática sobre as contribuições do PRP na formação em avaliação educacional, referente aos segmentos textuais da classe 1, e o Subcorpus B relacionado as experiências formativas e práticas em avaliação educacional durante o PRP.

A primeira categoria encontrada está relacionada as “Contribuições do PRP na formação em avaliação educacional”. Nesta categoria temática analisamos algumas das contribuições que o PRP proporcionou para os residentes durante a formação inicial em relação a temática da avaliação. Compreendemos que o programa contribuiu para ampliar os conhecimentos dos residentes acerca da avaliação através das experiências vivenciadas nas escolas campos e por meio das trocas de experiências com os demais residentes. Durante o programa, os alunos buscaram entender como ocorre o processo avaliativo, assim, podendo colocar em prática algumas metodologias avaliativas que tiveram conhecimento durante a formação. Os seguintes relatos demonstram isso:

[...] contribuiu para ampliar meus conhecimentos sobre a avaliação de forma positiva. O PRP só veio acrescentar principalmente na parte em que nos propuseram a entender as formas de avaliação e de como avaliar o aluno (Residente 5).

[...] a gente teve a oportunidade no PRP de conversar com os demais colegas mas a respeito de partilha de conhecimento, de como a avaliação poderia ser realizada, mais como partilhamento de experiências de avaliações (Residente 10).

O PRP contribuiu muito para ampliar meus conhecimentos sobre a avaliação educacional porque dentro do PRP a gente teve uma forma de vivenciar as avaliações de vários tipos diferentes desde a avaliação contínua até a avaliação prática com atividades práticas (Residente 7).

Além disso, também se destaca as experiências no PRP proporcionaram aos residentes o um contato mais aproximado as práticas docentes em avaliação educacional. Esse contato levou os alunos a terem conhecimentos práticos da criação e realização da avaliação da aprendizagem em situações reais da escola. Os seguintes relatos dos residentes demonstram isso:

O PRP contribuiu para eu desenvolver o lado da avaliação educacional porque eu não tinha muita noção de como avaliar e o PRP contribuiu positivamente e ajudou eu a desenvolver e aplicar e perceber as múltiplas e distintas formas de como avaliar os alunos (Residente 9).

O aluno me mostrou que sabia do conteúdo e na hora da avaliação ele tirou nota baixa, e eu fiquei me perguntando se tinha sido eu e onde eu tinha errado porque era minha primeira experiência avaliando e você já fica nervoso quando vai avaliar [...] (Residente 10).

[...] até então eu não tinha vivenciado em relação a realizar avaliações de forma contínua antes do PRP e antes a gente realizava algumas oficinas e apresentações e tinha uma avaliação somente naquele momento, mas eu não tinha realizado nenhum estágio ainda, então o PRP foi a primeira experiência (Residente 12).

Também é possível analisar nas falas dos residentes aspectos relevantes para o desenvolvimento da confiança e segurança na realização de ações avaliativas no cotidiano escolar como em criar e aplicar os métodos de avaliação da aprendizagem a partir das experiências no processo formativo no âmbito do PRP. Essa perspectiva é destacada nas seguintes falas:

O PRP contribuiu para ampliar meus conhecimentos sobre a avaliação educacional. Agora me sinto mais confiante em aplicar uma avaliação de maneira mais correta com os alunos que não irá prejudicar no processo, mas sim contribuir para o desenvolvimento dos alunos cada vez mais (Residente 2).

[...] com o passar das experiências que foram adquiridas fui ganhando meio que uma segurança para criar os métodos de avaliação durante todos os módulos do PRP (Residente 5).

O PRP trouxe para minha carreira docente relacionado a ter segurança e em entender um documento de avaliação e colocar em prática e depois de colocar em prática ter os resultados e saber manusear e saber o que foi encontrado e o que pode ser validado. Então a partir do PRP, discutindo com os outros residentes e também com o curso que eu fiz fora da instituição da graduação sobre avaliação me ajudaram a ter essa segurança relacionada a como avaliar o aluno (Residente 8).

A partir do corpus textual dessa categoria, além de identificar nos discursos dos participantes as contribuições do PRP relacionadas à avaliação, também foi possível observar nas falas um comparativo entre o programa do PRP e o estágio supervisionado. Identificamos algumas diferenças nas experiências vividas no programa em relação ao estágio curricular supervisionado. No PRP os residentes tiveram mais acesso aos documentos norteadores de cada escola campo, como por exemplo a proposta curricular da escola e sobre as metodologias de avaliação utilizadas. Estas percepções são destacadas a seguir:

O PRP contribuiu bastante na minha formação. Onde o PRP em estudos dizem que o PRP é diferente do estágio e realmente foi mesmo onde consegui perceber a diferença entre os dois e me ajudou muito na questão da avaliação (Residente 3).

[...] eu sempre discutia com os outros residentes relacionado a comparação com estágio supervisionado. Eu tive essa experiência no estágio onde tive acesso as documentos relacionados à avaliação na escola de uma forma mais restrita, não tinha acesso a proposta curricular da escola sobre a avaliação. Já no PRP a gente teve acesso a esses documentos, a proposta curricular das escolas campos (Residente 8).

[...] quando a gente chega na prática é totalmente diferente, ainda mais no PRP que não é só como no estágio, que no estágio tem alguém ajudando a gente a dar a aula, já no PRP não, a gente tem mais autonomia em relação às regências, fazer o plano de aula e aplicá-lo (Residente 11).

Dessa forma, compreende-se que o PRP possibilitou aos residentes ampliar os conhecimentos sobre avaliação da aprendizagem, assim como desenvolveram e aprimoraram suas práticas avaliativas no ambiente escolar. Essas experiências parecem ter resultado em ganho de confiança em realizar as avaliações da aprendizagem durante o programa. Nesse sentido, os residentes percebem com certa clareza as contribuições que o programa proporcionou para a formação relacionada a temática da avaliação educacional.

A segunda categoria identificada na análise está relacionada as “Experiências formativas e práticas em avaliação educacional durante o PRP”. Primeiramente identificamos aspectos relacionados aos processos de formação em avaliação educacional durante o programa, em que os residentes tiveram formações específicas sobre a temática através dos encontros de formação com a docente orientadora e com os supervisores. Nesses encontros foi possível sanar dúvidas sobre processos avaliativos, conhecer métodos de avaliação que poderiam ser utilizados nos momentos de regência de aula pelos residentes. Isso pode ser percebido nas seguintes falas:

[...] tivemos sim formações com a professora orientadora, tivemos uma palestra e uma discussão com um estudo sobre o tema da avaliação para tirar as dúvidas dos residentes e os temas eram justamente sobre os tipos de avaliação e quais as dúvidas sobre como avaliar a partir desses tipos de avaliação (Residente 3).

Teve formação com a docente orientadora de uma forma mais geral de como lidar com a avaliação dentro desse contexto pandêmico, tendo em vista que era uma realidade nova para todos envolvidos no que também era a primeira edição do PRP em um contexto diferente com ensino remoto emergencial em que a gente estava se adaptando (Residente 12).

[...] também com a professora preceptora com encontros formativos onde era apresentado como construir a avaliação e os métodos que poderiam ser utilizados durante a aplicação da avaliação (Residente 5).

[...] tivemos alguns encontros pedagógicos juntamente com os preceptores e que discutimos quais os vieses que a gente queria seguir e qual o tipo de avaliação que iríamos analisar e aplicar com os alunos. Então o preceptor trouxe slides e apresentou sobre os tipos de avaliações. Foi até uma forma de relembrar os tipos... a avaliação contínua e sobre todos os tipos de avaliação que o preceptor realizava na escola campo. Ele apresentou para os residentes trazer e se renovar e buscar formas de avaliações diferentes (Residente 7).

Também identificamos que os residentes tiveram a oportunidade de conversar com outros residentes sobre a avaliação educacional. Foi evidenciado que ocorreram trocas de experiências e saberes sobre as diversas metodologias avaliativas utilizadas nas escolas campos através de discussões entre os residentes. As falas a seguir indicam essas ações:

(...) conversei com os colegas sobre a maneira de como abordar aquela avaliação com determinado aluno porque acredito que em cada escola teve alunos diferentes públicos diferentes e a nossa conversa era em torno da pergunta: será que esse tipo de avaliação é adequada para determinado público? (Residente 2).

(...) a gente conversava quando surgia alguma dúvida em relação a algumas perguntas que os preceptores pediam para a gente elaborar. A gente conversava entre si para tentar entender como que (uma avaliação) poderia ser elaborada da melhor forma possível (Residente 6).

[…] a gente discutia entre si para construir as avaliações juntos, em que cada residente ficou responsável por uma turma diferente mas mesmo assim a gente discutiu qual tipo de avaliação, sobre as questões e elaborar qual seria mais acessível ao aluno (Residente 8).

Além dos momentos de formação com o docente orientador e preceptores, os residentes tiveram experiências em relação a elaboração de instrumentos avaliativos e também de realização de processos avaliativos nas escolas campos. Os residente elaboraram provas escritas, inclusive como preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), assim como tiveram a oportunidade de conduzir a aplicação nas regências do programa; realização avaliações por meio da observação e participação dos alunos nas atividades propostas; também elaboraram questões em plataformas virtuais como o Google Forms; jogos eletrônicos educativos também foram utilizadas como prática de avaliação da aprendizagem dos alunos. Essas experiências são evidenciadas nos seguintes trechos das falas dos residentes:

[...] durante todo o percurso na escola campo elaborei um instrumento de avaliação que foi a prova e em outra escola foi nós mesmos de acordo com que observamos dos alunos. Tive a oportunidade de elaborar outra prova escrita no final da regência (Residente 3).

Eu elaborava para cada turma uma avaliação por meio das questões sobre a temática que eles estudavam na escola e no segundo módulo que era Ensino Médio e estava no tempo pandêmico então a avaliação foi diferente, em que foi criado questões por meio do Google Forms e também jogos eletrônicas que era um quiz pelo Kahoot, que é mais dinâmico (Residente 10).

[...] quando entramos em campo na escola estava na época de estudos relacionados ao Enem e tivemos que aplicar as provas em relação ao enem para os alunos na escola campo e também realizamos atividades sem o intuito de avaliar sendo atividades recreativas (residente 1)

Nas avaliações elaboradas por mim estavam relacionadas às questões sobre o Enem […], no qual foi dedicado um tempo para construir essas questões para testar os conhecimentos dos alunos e as aprendizagens que foram adquiridas durante as aulas (Residente 5).

Diante das experiências relatadas pelos residentes também foram destacadas experiências durante o processo de formação em relação a temática da avaliação da aprendizagem com o uso das tecnologias devido ao Ensino Remoto Emergencial. Identificamos que os residentes fizeram uso de algumas ferramentas tecnológicas como forma de avaliar os alunos durante o período de ensino remoto, como: Kahoot, Google Forms, Mentimeter.

[...] foi possível conduzir algumas avaliações durante o PRP e no módulo foi possível realizar algumas avaliações com diferentes ferramentas avaliativas no qual foi utilizado algumas ferramentas tecnológicas, como o Kahoot para avaliar as aprendizagens do aluno a partir dos conteúdos (Residente 5).

[...] utilizamos atividades com o uso de ferramentas tecnológicas, como por exemplo, no primeiro módulo usamos o Google Forms para construir avaliações (residente 8).

(..) em uma escola campo a gente utilizou o Mentimeter e o quiz no Kahoot porque como estava de forma remota e tinha que mandar as atividades de forma remota, então a gente mandava as atividades pelos aplicativos tecnológicos e fazíamos os questionários nos aplicativos pra ser de uma forma mais didática para avaliar os alunos (Residente 11).

Ao analisar as falas dos residentes foi relatado dificuldades com a avaliação educacional no período do ensino emergencial de forma remota. Compreendemos que os residentes tiveram dificuldades de avaliar devido ao distanciamento entre professor e aluno por conta do contexto do ensino remoto durante a pandemia, destacando que tiveram essas dificuldades em avaliar devido ao acesso das tecnologias por parte dos alunos.

(...) acredito que a maior dificuldade foi avaliar os alunos no ensino remoto, mas em relação a ferramentas tecnológicas para avaliar foi tranquilo (Residente 1).

(...) já que estava na época de pandemia a gente tinha essa dificuldade de avaliar. A gente conversava entre si e via a melhor forma de elaborar essas perguntas da avaliação e a dificuldade era na questão de avaliar o aluno no contexto de pandemia. Como a gente tava realizando as avaliações mais de forma distante por ter esse distanciamento ocasionado pela pandemia ficava difícil avaliar o aluno (Residente 6).

(...) somente no ensino remoto tive dificuldade porque temos que entender a peculiaridade de cada aluno porque nem todo aluno tinha um celular para gravar e para enviar as atividades pelo Whatsapp, pois as aulas estavam sendo online (Residente 7).

Os resultados desta pesquisa apresentaram as diversas experiências dos estudantes de licenciatura em Educação Física no âmbito do PRP em relação à temática da avaliação educacional, destacando que diante dessas experiências os residentes tiveram a oportunidade de interligar as formações proporcionadas no programa acerca da avaliação educacional com a oportunidade de vivenciar a elaboração de instrumentos e processos de avaliação da aprendizagem nas escolas campos parceiras do programa.

Destacamos que essas experiências também ampliaram os conhecimentos dos residentes acerca da tema por meio de formações específicas para que foram desenvolvidas pelos professores orientadores, assim como troca de conhecimentos e experiências com os demais residentes. Com isso, os residentes puderam conduzir algumas metodologias avaliativas no âmbito escolar.

Desta maneira, o PRP parece ter cumprido um papel importante no processo formativo dos alunos do curso de licenciatura em Educação Física. Essa é uma característica fundamental do programa, a de proporcionar que os residentes adquiram conhecimentos pedagógicos através de trocas de experiências a partir das práticas que são desenvolvidas nas diferentes instituições de ensino durante o programa, promovendo o aprimoramento da formação inicial (Gonçalves, Silva y Bento, 2019; Vasconcelos & Silva, 2020). Essa troca de experiências entre os estudantes e professores foi evidenciada nesta pesquisa. Essas experiências promovem a articulação entre os diversos conjuntos de conhecimentos nas dimensões pessoais e profissionais (Silva & Cruz, 2018; Vasconcelos & Silva, 2020; Mello et al., 2020).

Não obstante, as experiências no PRP apresentam contribuições em relação aos aspectos teóricos sobre os processos de ensino e de aprendizagem, ações pedagógicas como a elaboração e execução de um plano de aula e de atividades avaliativas (Mello et al., 2020). Desta forma, com as experiências no programa, os residentes ampliam seus conhecimentos em relação às ações didáticas próprias da atuação docente.

Esse tipo de organização da formação docente em torno de situações concretas do cotidiano escolar proporcionada por esses programas incentivam a ação educativa no âmbito da formação inicial, com isso, proporcionará um ganho para a futura atuação dos futuros professores, estimulando-os na mobilização de conhecimentos teóricos e neles fundamentados através dos conhecimentos inerentes à prática pedagógica (Nóvoa, 2009).

Dentre as contribuições do PRP na formação dos residentes relacionadas à avaliação, observamos que os residente fazem um comparativo entre o programa do PRP e o estágio supervisionado. Durante o PRP os residentes tiveram mais acesso aos documentos norteadores de cada escola campo, como por exemplo a proposta curricular da escola e as metodologias de avaliação da aprendizagem. Também evidenciamos que os licenciandos desenvolveram uma autonomia maior nas regências nas escolas campo em comparação ao estágios, uma vez que consideraram ter mais confiança no desenvolvimento das atividades avaliativas.

Ressaltamos que o PRP pode ser considerado um programa inovador em que suas ações vão para além do estágio curricular supervisionado, visto que, os licenciandos terão mais oportunidades de desenvolver ações pedagógicas de forma mais estruturada (André, 2016). Embora não seja o estágio curricular supervisionado em si, as ações desenvolvidas no âmbito do programa são equiparadas ao estágio na integralização curricular dos alunos.

O programa tem proporcionado também momentos mais recorrentes de reflexão sobre as experiências dos alunos, o que não tem ocorrido no âmbito dos estágios curriculares dos cursos. Esse tem sido um dos desafios presentes ao longo da história da formação de professores, a superação do uso da reflexão como uma prática individual e limitada à própria prática, pois se assume que a reflexão coletiva presente na imersão no cotidiano escolar oportuniza ao futuro professor a percepção do sentido concreto de sua profissão, ressignificando sua prática, refletindo sobre sua cultura, suas vivências pessoais e profissionais, permitindo assim, desenvolver o exercício da autonomia em relação às ações no âmbito pedagógico associada a práxis para futura atuação docente (Gatti et al., 2019). O estágio se constitui assim como um momento importante na articulação teoria e prática e na constituição de saberes, principalmente os da experiência (Maciel, Almeida & Pontes Junior, 2022).

As experiências relacionadas às ações avaliativas durante o PRP trouxeram contribuições aos residentes em relação ao desenvolvimento dos aspectos de confiança e segurança em criar e aplicar os métodos de avaliação da aprendizagem no âmbito escolar. Desta maneira, a formação inicial deve oportunidade aos estudantes aspectos de maior domínio das práticas docentes como a avaliação da aprendizagem, proporcionando assim uma determinada segurança através do ganho de experiências, partindo da imersão no cotidiano escolar em preparação para a futura atuação docente (Araújo, 2014).

A construção de experiências durante o processo formativo está diretamente ligada a uma maior segurança e domínio das funções a partir das competências relacionadas à própria ação docente por meio das vivências nos ambientes escolares, abrangendo os aspectos de confiança nas suas capacidades de enfrentar os desafios que possam surgir durante a trajetória docente (Tardif & Raymond, 2000).

Com base nas análises, ressaltamos que o PRP proporcionou aos residentes o primeiro contato com as práticas docentes referentes à avaliação educacional. Assim, ressalta-se, desde o início do curso e durante todo o percurso da formação os licenciandos aprimoram sua escolha de serem professores a partir da imersão com as realidades de sua futura profissão (Pimenta & Lima, 2006). Uma vez que, é a partir do contato com as práticas docentes que o licenciando começa a entender o processo educacional do ser professor, adquirindo experiências no âmbito escolar (Flores, 2014).

No que refere aos aspectos relacionados aos processos de formação sobre temática da avaliação durante as experiências no decorrer do programa, ressalta-se que ao longo do programa os residentes tiveram encontros formativos sobre a temática da avaliação, tanto com os preceptores quanto com o professor orientador, ampliando os conhecimentos acerca da temática sobre os tipos de avaliações, orientações de como avaliar, analisar, e apresentação de alguns exemplos de metodologias avaliativas no âmbito escolar.

Essas formações relacionadas a temática da avaliação educacional são importantes, considerando que nos cursos de formação inicial de professores de Educação Física esse assunto pouco discutido e há poucas experiências práticas com a avaliação educacional (Santos et al., 2019). Essa discussão fica limitada quando no curso não há disciplinas específicas de avaliação educacional. Dessa forma, o conhecimento de avaliação dos alunos ficam restritas as suas experiências com a avaliação da aprendizagem nas demais disciplinas do curso. Com isso, os licenciandos podem atribuir diversos sentidos a avaliação da aprendizagem relacionados a “como foram avaliados”, ao modo como a “avaliação se relacionou com as disciplinas” do curso e “para que foram avaliados” (Frossard, Stieg & Santos, 2020).

Os residentes apontam que tiveram experiências em relação a elaboração e aplicação de instrumentos avaliativos nas escolas campo. Relatam que foram utilizadas avaliações por meio de prova escrita, por meio da observação, participação dos alunos nas atividades propostas, questões no Google Forms e também através de jogos eletrônicos educativos. Isso foi uma experiência importante na formação dos residentes, uma vez que há uma necessidade de compreender os processos avaliativos, buscando a diversificação em relação às formas de avaliar os alunos, ressaltando que o conhecimento do uso de diferentes instrumentos avaliativos proporcionam uma qualificação nas ações didáticas que devem ser desenvolvidas nas instituições de ensino (Santos et al., 2019).

Os residentes também tiveram orientações com o professor orientador e os preceptores em relação aos processos avaliativos durante as etapas do PRP. Essa assistência de professores mais experientes são importantes na formação docente, pois o contato com as práticas docentes na formação inicial por meio da intermediação de professores que já atuam na área favorece esse processo formativo, espera-se que os âmbito das instituições parceiras os docentes compartilhem com os licenciando os saberes referentes ao ser professor e as impressões relacionadas ao cotidiano escolar e os recebam como futuros colegas do magistério (Sarti, 2009). É fundamental que as primeiras experiências durante a formação inicial se realize a partir de parcerias entre professores que já atuam na área, de modo a construir bases sólidas na futura atuação docente (André, 2012; Lima, 2006).

Além disso, os residentes puderam analisar os resultados obtidos a partir das avaliações realizadas, destacando que durante as experiências utilizaram mais as provas escritas como instrumento de avaliação da aprendizagem. No processo formativo dos futuros professores é imprescindível que sejam oportunizadas práticas avaliativas como essa, formando profissionais capazes de analisar criticamente as situações de ensino e aprendizagem voltadas à temática da avaliação educacional (Mendes, Nascimento & Mendes, 2007).

Outro tema interessante que surgiu na fala dos residentes é a elaboração e aplicação de questões como forma de preparar os alunos para o ENEM. Isso tem ocorrido especialmente nas escolas de Ensino Médio. Há uma crescente utilização de aulas teóricas na educação física escolar, exigindo o conhecimento sobre os conteúdos específicos do componente curricular no ENEM, sendo necessário os conhecimentos sobre a elaboração dos itens das questões das provas, influenciando nas práticas docentes em relação aos instrumentos avaliativos utilizados para a preparação dos alunos para a prova (Pontes Junior, 2018).

Com base nas experiências no PRP, também foram destacadas experiências durante o processo de formação em relação à temática da avaliação da aprendizagem com o uso das tecnologias devido ao Ensino Remoto Emergencial. A partir das experiências dos residentes durante o ensino remoto identificamos algumas ferramentas tecnologias que foram utilizadas pelos residentes durante as regências como forma de avaliar os alunos durante o período de ensino remoto, destacadas nos discursos dos participantes os aplicativos: kahoot, google forms, mentimentir, e editores de vídeos como forma de auxiliar nas regências: capcut e o canva. O contexto do ensino remoto permitiu que diferentes ferramentas tecnológicas fossem exploradas como recurso didático nas aula de Educação Física (Martins et al., 2022).

O uso das tecnologias foram utilizadas como práticas inovadoras no âmbito escolar, como forma de se adaptar e reinventar perante a realidade e os desafios impostos durante a pandemia (Santos, 2021; Tardin & Romero, 2022). Esse contexto gerou dificuldades para os residentes em relação a avaliação da aprendizagem devido ao distanciamento entre professor e aluno e também ao acesso das tecnologias. Apesar dos desafios perante a pandemia, o PRP foi essencial na formação inicial dos futuros docentes, pois proporcionou o contato direto com o ambiente escolar.

Conclusões

Este estudo buscou analisar as experiências avaliativas dos residentes de licenciatura em Educação Física no âmbito do programa residência pedagógica. Nas nossas análises identificamos duas categorias principais: a) Contribuições do PRP na formação em avaliação educacional e; Experiências formativas e práticas em avaliação educacional durante o PRP.

Na primeira categoria os residentes consideram que o programa contribuiu significativamente com a formação deles no que se refere a temática da avaliação educacional. Com essas experiências os residentes consideram que obtiveram conhecimento prático da realização da avaliação. Por consequência passaram a se sentir mais seguros e confiantes ao avaliar a aprendizagem dos alunos. Além disso, ao comparar o PRP com o estágio curricular supervisionado, os estudantes atribuem experiências mais positivas no primeiro, uma vez que o programa tem uma certa estrutura de suporte as suas experiências.

Na segunda categoria é destacada as formações específicas sobre avaliação educacional que os residentes receberam. Essa formações foram complementadas com as trocas de conhecimentos e experiências entre os próprios residentes. Durante as atividades do programa os estudantes puderam criar instrumentos e realizar práticas de avaliação, inclusive com o uso de ferramentas tecnológicas digitais.

Essas experiências avaliativas durante a formação inicial cumpriram um papel importante no processo de formação dos alunos de licenciatura em Educação Física, possibilitando construir experiências e saberes de como avaliar a aprendizagem no exercício da docência por meio das experiências no ambiente escolar.

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Recepción: 08 Julio 2023

Aprobación: 21 Diciembre 2023

Publicación: 01 Febrero 2024

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