Educación Física y Ciencia, vol. 19, nº 1, e021, junio 2017. ISSN 2314-2561
Universidad Nacional de La Plata. Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educación.
Departamento de Educación Física



ARTICULOS / ARTICLES

 

Análises de ações manipulativas em crianças da primeira infância praticantes de natação

 

 

Leonardo Geamonond

Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Brasil
nunes_leonardo@yahoo.com.br

 

Cita sugerida: Geamonond, L. (2017). Análises de ações manipulativas em crianças da primeira infância praticantes de natação. Educación Física y Ciencia, 19(1), e021. https://doi.org/10.24215/23142561e021



Resumo
O objetivo deste estudo foi avaliar a função manipulativa de crianças da primeira infância praticantes de natação. Participaram deste estudo dez crianças de ambos os sexos praticantes de natação na cidade de Uberlândia-MG a seleção foi realizada de forma aleatória. Foi utilizado o protocolo de avaliação do desenvolvimento motor aquático (HOEPA) “Hoja de Observación para la Evolución de la Psicomotricidad Acuática”. O presente estudo identificou que 30,5% dos alunos as vezes manipulavam os objetos de diferentes tamanhos e levavam a borda da piscina, 20,5% não encontraram problemas em deslocar-se com objetos nas mãos. Os resultados obtidos nesta pesquisa nos leva a concluir que o desenvolvimento psicomotor aquático na esfera manipulação se encontra deficitário, devemos intervir precocemente nas alterações bem como estimular o desenvolvimento normal.

Palavras Chave: Função Manipulativa; Controle Motor; Natação; Crianças.


Manipulative Action Analysis in the First Childhood Children Swimming Practitioners


Abstract
The aim of this study was to evaluate the manipulative function of children from early childhood swimmers. The study included ten children swimmers of both gender in Uberlândia-MG. The selection was made randomly. The evaluation protocol of the aquatic motor development “Observation sheet of psychomotor aquatic Evolution” (by its acronym in Portuguese HOEPA) was used. This study found that 30.5% of students manipulated objects of different sizes and grabbed the edge of the pool, 20.5% of them found no problem in moving objects with their hands. The results of this research lead us to conclude that the aquatic psychomotor development in ball handling is deficient, so we must intervene early in the changes and stimulate normal development.

Keywords: Manipulative function; Motor Control; Swimming; Children.



Análisis de Manipulador en Niños de los Primeros Practicantes Infantil Natación

 

Resumen
El objetivo de este estudio fue evaluar la función manipuladora de los niños de los nadadores de la primera infancia. El estudio incluyó a diez niños de ambos sexos nadadores en Uberlândia-MG La selección se hizo al azar. el protocolo de evaluación del desarrollo motor acuático (HOEPA) "Hoja de vigilante espera de su Evolución de la educación psicomotriz Acuática" fue utilizado. Este estudio encontró que el 30,5% del tiempo de la manipulación de objetos de diferentes tamaños y tomó el borde de la piscina, el 20,5% no encontró problemas en el movimiento de objetos con las manos. Los resultados de esta investigación nos lleva a la conclusión de que el desarrollo psicomotriz acuática en manejo de la pelota es deficiente, hay que intervenir a tiempo en los cambios y para estimular el desarrollo normal.

Palabras Clave: La Función Manipuladora; Control del Motor; Natación; Niños.


Introdução

A preensão e a manipulação constituem habilidades motoras fundamentais na exploração e interação com o ambiente (Paré & Dugas, 1999), o brincar é um processo espontâneo e fundamental do desenvolvimento infantil, porquanto contribui para a formação biopsicossocial da criança (Takatori; Bomtempo; Benetton, 2001; Santos; Marques; Pfeifer, 2006; Hueara et al., 2006; Oliveira; Paixao; Cavalcante, 2009). Além disso é uma atividade presente e esperada no cotidiano de qualquer criança incluídas aquelas com algum tipo de deficiência física, intelectual ou social (Takatori; Bomtempo; Benetton, 2001; Siaulys, 2006; Caldeira; Oliver, 2007; Domingues; Motti; Palamin, 2008).

A psicomotricidade tem grande importância durante os primeiros anos de vida das crianças, infelizmente são muitos os centros educativos que não se trabalham com a importância que deveria ser a educação psicomotora (Cantuña, 2010; Osorio & Herrador, 2007). A psicomotricidade serve para que as crianças melhorem a forma de absorção no processo de ensino-aprendizagem e evolua também a nível motor, evolua sua personalidade, seja mais autônomo e equilibrado assim como desenvolva suas capacidades de se relacionar com o meio em que vive. Já as atividades aquáticas exerce um grande papel na vida destas crianças praticantes da mesma, esta nova estimulação motora, parece induzir um novo leque de sensações e experiências corporais, ligações afetivas e sociais (Langerdorfer, 1987; Martins, Silva, Marinho, Barbosa & Sarmento, 2010), mas também o desenvolvimento de novas habilidades, que embora se concretize em um meio específico (aquático), poderão oferecer a criança uma acrescida estimulação psicomotora.

A integridade do desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM) depende da organização dos sentidos pelo sistema nervoso central, sendo este a base para potencializar o desenvolvimento das habilidades humanas, do comportamento e da aprendizagem (Castro, 2006). O DNPM realiza-se pelo prazer da criança em experimentar algo novo, como uma aquisição motora ou sensorial. O desenvolvimento motor caracteriza-se por mudanças contínuas ao longo da vida, em três classes gerais do comportamento: controle postural, locomoção e manipulação.

A coordenação visuomanual representa a atividade mais frequente e mais comum no homem, a qual atua para pegar um objeto e lança-lo, para escrever, desenhar, pintar, recortar, etc. Ela ainda inclui uma fase de transporte de mão, seguida de uma fase de agarre e manipulação, resultando em um conjunto com seus três componentes: Objeto/ olho/ mão. A atividade manual guiada por meio da visão, faz intervir, ao mesmo tempo o conjunto dos músculos que asseguram a manutenção dos ombros e dos braços, do antebraço e da mão, que é particularmente responsável pelo ato manual de agarrar ou pelo ato motor, assim como os músculos oculomotores que regulam a fixação do olhar, as sacudidas oculares e os movimentos de perseguição (Rosa Neto, F. 2002).

Estudos relacionados a este tema são escassos na literatura brasileira, isso nos reforça a necessidade de melhor compreender a relação entre experiência aquática e ações manipulativas. De acordo com estes dados o objetivo do estudo foi avaliar o desenvolvimento psicomotor aquático em crianças na primeira infância, com o intuito de avaliar o domínio das crianças em realizar atividades aquáticas com objetos em suas mãos, pois sabemos que um bom desenvolvimento manipulativo nos primeiros anos de vida colaboram para que as crianças tenham um desenvolvimento motor global e fino satisfatório e harmonioso ao longo da vida.

Casuística

População e Amostra

A população do presente estudo foi composta por 10 crianças com idade cronológica de 3 anos (36 meses) de ambos os sexos. Dez crianças praticantes de natação na Academia Físico Ativo (AFA), em Uberlândia – MG.

Metódo

Para inicio da pesquisa foi obtido uma autorização por escrito para a coordenação da empresa (AFA), para realização dos procedimentos de coleta de dados com os voluntários. Para segurança e credibilidade da pesquisa, os responsáveis assinaram um termo de consentimento e esclarecimento (TCLE), através do qual foram informados de todos os procedimentos realizados, assim como os objetivos do estudo.

Foi realizada análise descritiva dos dados através do programa Microsoft Office Excell 2007.

Avaliação do desenvolvimento psicomotor aquático

As avaliações foram realizadas no espaço aquático da Academia Físico Ativo (AFA), O protocolo foi aplicado pelo próprio pesquisador.

Foi utilizado o protocolo de avaliação do desenvolvimento motor aquático (HOEPA), “Hoja de Observación para la Evolución de la Psicomotricidad Acuática”. Este instrumento é composto por 22 ítens agrupados em 5 dimensões: Familiarização com meio aquático (Entra na água ao sentar na borda); Equilíbrio (Mantém a flutuação sem ajuda); Deslocamentos (É capaz de deslocar com flutuador); Manipulações (Não encontra dificuldades em deslocar com objetos nas mãos); Relações Sociais (Atende as solicitações dos professores). Neste estudo foram avaliados apenas o parâmetro Manipulação. Os participantes são avaliados em uma escala com cinco alternativas (1) nunca e (5) sempre.

O Objetivo deste protocolo é avaliar e conhecer o nível do desenvolvimento motor aquático de crianças nos seus primeiros anos de vida.

Resultados

Foi aplicado o protocolo de avaliação do desenvolvimento psicomotor aquático (HOEPA, 2015). Os resultados foram obtidos em pontuação (1; Nunca), (2; Quase Nunca), (3; As Vezes), (4; Quase Sempre) e (5; Sempre) de acordo com as normas do protocolo.

Manipulação.

Nunca.

Quase Nunca.

As Vezes.

Quase Sempre.

Sempre.

É capaz de recolher objetos de diferentes tamanhos e levá-los a borda.



30,5%



Não encontram problemas em deslocar-se com objetos nas mãos.


20,5%





Capacidade de manipulação

Gráfico 1: Representa os valores da primeira questão do quadro.

Com relação a manipulação, 30,5% dos alunos as vezes recolhiam os objetos de diferentes tamanhos e levavam a borda da piscina.

Deslocamento com objetos nas mãos

Gráfico 2: Representa os valores da segunda questão do quadro.

Em contrapartida 20,5% das crianças não encontraram problemas em deslocar-se com objetos nas mãos.

Discussão

Apesar da enorme diversidade de tarefas em que se faz uso das mãos, o estudo da função manual abrange o alcançar, o apreender o manipular e o explorar, comparativamente, mesmo havendo um número menor de trabalhos sobre exploração e manipulação (Manoel & Connolly, 1998) é igualmente importante compreender o desenvolvimento dessas duas habilidades.

De acordo com os dados apresentados, podemos perceber que com relação as ações manipulativas 30,5% das crianças praticantes de natação as vezes recolhiam os objetos de diferentes tamanhos e levavam a borda da piscina. Essa dificuldade encontrada se esclarece devido a idade muito prematura e a ausência do domínio de algum estilo bem definido.

Dos 30,5% que conseguiram recolher os objetos de diferentes formas 20,5% não encontraram problemas em deslocar-se com objetos nas mãos. Isso se da pelo desenvolvimento individual de cada criança, por mais que sejam aulas coletivas algumas crianças irão desencadear processos de retenção de habilidades motoras mais rápidos que outros, esse fator é algo completamente normal dentro do processo de ensino aprendizagem. De acordo com Magill (2000), esses resultados indicam que a visão fornecem informações antecipadas para capacitar o sistema de controle motor no posicionamento, espacial e temporal dos braços, mãos e os dedos antes de chegar aos objetos de desejo para que a criança possa agarrá-lo.

Com esses achados podemos levantar a hipótese que as crianças praticantes de natação na sua fase inicial não apresentam a visão sub-aquática desenvolvida dificultando a realização de manipulação e agarre de objetos no fundo da piscina.

Portanto, pode-se concluir que há muito a ser explorado sobre planejamento de ações motoras, não só no que se refere a diversidade de variáveis, como também no que se diz respeito aos métodos de investigação.

Conclusão

De acordo com a metodologia adotada e os resultados encontrados podemos concluir que o desenvolvimento das ações manipulativas em crianças da primeira infância praticantes de natação avaliadas pela escala (HOEPA), “Hoja de Observación para la Evolución de la Psicomotricidad Acuática” foi registrado em baixo desenvolvimento, pois apenas 30,5% do total de avaliados as vezes recolhiam os objetos na piscina e 20,5% não encontraram problemas em deslocar com objetos nas mãos. O que nos leva a concluir que na primeira infância o desenvolvimento psicomotor aquático deve ser bastante estimulado, antes que inicie a prática dos estilos.

Contudo, acredita-se que novos estudos avaliando outras etapas do desenvolvimento neuropsicomotor e utilizando a escala HOEPA (2015) de forma mais ampla seria de grande valor para identificação de possíveis déficits motores, afim de poder intervir precocemente nas alterações, bem como estimular o desenvolvimento normal.



Referências

Paré, M. Dugas, C. (1999). Developmental changes in prehension during childhood. Experimental Brain Research, 128, 125-239.

Caldeira, V. A.; Oliver, F. C. (2007). A criança com deficiência e as relações interpessoais numa brinquedoteca comunitária. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano, v.17, n.2, p.98-110.

Cantuña, V. (2010). Análisis de la programación de las actividades lúdicas y recreativas para el desarrollo de la psicomotricidad en los niños/as de 4 a 5 años del centro infantil municipal “Gotitas de amor” del Cantón Rumiñahui en el año escolar 2009-2010. Propuesta alternativa. Tesis de grado. Escuela Politécinica del ejército, Ecuador.

Castro, EM. (2006). Desenvolvimento sensório-motor e perceptivo-motor de populações especiais [tese]. São Paulo: Universidade Estadual Paulista. 

Domingues, A. F.; Motti, T. F. G.; Palamin, M. E. G. (2008). O brincar e as habilidades sociais na interação da criança com deficiência auditiva e mãe ouvinte. Estudos de Psicologia, v.25, n.1, p.37-44.

Go Tani. (2013). Comportamento Motor: Aprendizagem e Desenvolvimento. Rio de Janeiro: Editora Guanabara.

Hueara, L.; Souza, C. M. L.; Batista, C. G.; Melgaço, M. B.; Tavares, F. S. (2006). O faz-de-conta em crianças com deficiência visual: Identificando habilidades. Revista Brasileira de Educação Especial, v.12, n.3, p.351-368.

Langendorfer, S. (1987). Prelongitudinal screening of overarm striking development performed under two environmental conditions. In J. Clark & J. Humphrey (Eds.) Advances in motor development research – 1. New York: AMS Press.

Magill, R. A. (2000). Aprendizagem Motora: Conceitos e Aplicações. São Paulo: Blucher.

Mármol, A. G; Rodríguez, M. F. L; Alcaraz Martínez, B. J. S. (2015). Diseño, validación y aplicación de una hoja de observación para la evoluación de la psicomotricidad acuática (HOEPA) en idad infantil. Sports, Revista técnico-científica del Deporte Escolar, Educación Física y Psicomotricidad. Vol. I nº3, pág. 270-292, septiembre.

Martins, V. Silva, António, J. Marinho, Daniel, A. & Costa, Aldo, M. (2015). Desenvolvimento motor global de crianças do 1º ciclo do ensino básico com e sem prática prévia de natação em contexto escolar. Motricidade11(1), 87-97.https://dx.doi.org/10.6063/motricidade.3219

Mourao, C. B. (2010). A influência da atividade exploratória na descoberta de Affordances durante o desenvolvimento do alcance, 2010. Dissertação (Mestrado em Ciências da Reabilitação) Universidade Federal de Minas Gerais.

Oliveira, A. I. A.; Paixao, G. M.; Cavalcante, M. V. C. (2009). Brinquedos adaptados para crianças com paralisia cerebral. Revista do Nufen, ano 1, v.1, p.171-186.

Osorio, M. Herrador, J. (2007). La psicomotricidad como herramienta de recreación y ócio en el ámbito educativo. EFDeportes.com, Revista digital, Buenos Aires, Año (12) nº109, Junio.

Santos, C. A.; Marques, E. M.; Pfeifer, L. I. (2006). A brinquedoteca sob a visão da terapia ocupacional: deferentes contextos. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, v.14, n.2, p.91-102.

Siaulys, M. O. C. (2006). Brincar para todos. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial.

Silva, M. M.; Costa, M. P. R. (2011). Brinquedos adaptados na estimulação de crianças pequenas, com baixa visão. Bol. Acad. Paulista de Psicologia,São Paulo, v. 31, n. 81, p. 496-509.

Silva, F. P. S; Rocha, N. A. C. F.; Tudella, E. (2011). Tamanho e rigidez dos objetos influênciam os ajustes proximais e distais do alcance de crianças? Rev. Bras. Fisioter., São Carlos, v. 15, n. 1, p. 37 - 44.

Takatori, M.; Bomtempo, E.; Benetton, M. J. (2001). O brincar e a criança com deficiência física: a construção inicial de uma história em Terapia Ocupacional. Cadernos de Terapia Ocupacional da UFSCar, v.9, n.2, p.91-105.

 

 

 

Recibido: 21/09/2016
Aceptado: 13/02/2017
Publicado: 15/08/2017

 

 

Esta obra está bajo licencia
Creative Commons Atribución-NoComercial-CompartirIgual 4.0 Internacional